Procedimento pode ser imediato ou tardio e traz benefícios físicos e emocionais para paciente com câncer de mama
O diagnóstico de câncer de mama pode ser devastador para a paciente. Um dos principais medos é o de ter de remover as mamas – uma das partes do corpo mais relacionadas à feminilidade. Mais do que estética, a reconstrução mamária é uma cirurgia que permite o equilíbrio da postura, evitando dores e deformidades na coluna, e a manutenção da autoestima da paciente, contribuindo para sua saúde mental e sucesso do tratamento contra o câncer de mama.
A cirurgiã plástica Dra. Tatiana Moura, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, conta que o câncer de mama é o segundo tipo mais comum em mulheres no Brasil, sendo responsável por 29% de novos casos de tumores anuais, como indicado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). “Esse alto índice de diagnóstico faz com que a cirurgia reconstrutora de mama seja bastante frequente. A técnica empregada depende de diferentes fatores, como localização do tumor, tipo de ressecção tumoral etc.”, conta.
Considerada uma mutilação, a mastectomia causa um grande abalo emocional na paciente. A cirurgia afeta a autoestima, a estabilidade emocional e ainda traz dores e desconfortos na área operada, alteração na sensibilidade e até comprometimento do membro superior do lado operado.
Para minimizar esse impacto negativo, muitos mastologistas e oncologistas optam por fazer a reconstrução mamária imediata, ou seja, no mesmo tempo cirúrgico da ressecção tumoral. Dessa forma, a mulher não se vê sem a mama ou parte dela. “Mas, o procedimento também pode ser feito tardiamente, após a remissão da doença. Essa decisão é tomada em conjunto médico-paciente”, diz a Dra. Tatiana.
A reconstrução mamária pode ser feita ainda com tecido da própria paciente, com retalhos de regiões como costas e abdômen, ou com o uso de próteses e expansores. “A recuperação tende a ser mais demorada com tecido da paciente, por envolver outros segmentos corporais. Porém, diversos trabalhos mostram os benefícios da reconstrução imediata para a autoestima, o que contribui muito na resposta do tratamento como um todo.”
A cirurgiã plástica lembra que a reconstrução de mama é um procedimento realizado em etapas e, dependendo da técnica escolhida, podem ser necessárias, pelo menos três cirurgias. Por isso, a paciente deve sanar todas as suas dúvidas antes de se submeter ao procedimento. “Há estudos que indicam que mais de 95% dos procedimentos são realizados imediatamente à mastectomia e têm resultados satisfatórios tanto em qualidade de vida quanto em estética.”
Neste Outubro Rosa, Dra. Tatiana destaca a importância do autoexame como forma de diagnóstico precoce e lembra que é possível reduzir em até 28% as chances de desenvolver um tumor de mama ao mudar o estilo de vida, adotando:
- A prática regular de atividade física;
- Alimentação saudável;
- Não fumar;
- Evitar o sobrepeso;
- Não ingerir bebidas alcoólicas;
- Evitar uso de hormônios sintéticos em altas doses.