Muitos pacientes que tiveram Covid-19 e se livraram do agente infeccioso notam algumas sequelas, como a queda de cabelo.
Um levantamento norte-americano realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Indiana e pela Survivor Cops, um grupo de sobreviventes que busca aumentar o conhecimento sobre o vírus, constatou a perda substancial de fios após a recuperação como queixa. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) identificou 17 sintomas persistentes da Covid-19, mas os participantes reportaram 98 de longo prazo, e a queda de cabelo é um deles.
“A COVID-19 provoca a vasculite periférica, isto é, uma inflamação na parede dos vasos sanguíneos que, além alterar o folículo capilar, prejudica o crescimento dos fios”. Explica Dra. Maria Paula Del Nero Dermatologista pela SBD.
Geralmente a queda se inicia entre 4 e 8 semanas após ter contraído o Covid 19 e o cabelo se solta por inteiro, desde a raiz, em grande quantidade durante o dia todo. Além disso, o medo e o estresse pela incerteza de estar com a doença desregulam a secreção do cortisol, o hormônio do estresse. A cascata inflamatória e o estresse associados, podem alterar o ciclo capilar fazendo com que os fios migrem precocemente para a fase de queda, chamada de telógena, e se soltem do couro cabeludo antes da hora. A condição é nomeada de eflúvio telógeno.
Devido à alta incidência desse efeito secundário, a Academia Espanhola de Dermatologia (AEDV) tem em andamento um estudo com 100 pessoas para determinar se a causa é, como parece, resultado do estresse pós-doença e se pode se tratar de uma reação a algum dos medicamentos usados para o tratamento do vírus. A pesquisa é coordenada pelo doutor Óscar Muñoz, tricologista do Hospital Ramón y Cajal de Madri, na Espanha, que em entrevista ao jornal El País contou que estão ainda em fase inicial, reunindo os casos.
Dra. Maria Paula indica a ingestão diária de vitaminas para o cabelo, “componentes como biotina, cisteína, Saw Palmetto e arginina, ajudam no fortalecimento dos fios, bem como o ferro e vitaminas do complexo B”. Finaliza.
É importante consultar um dermatologista para prescrição de medicamentos e outros tratamentos de forma individual.