Os níveis alterados de alguns hormônios podem deixar os fios porosos, sem brilho e causar queda

Temos cerca de 150 mil fios de cabelo no couro cabeludo, crescendo e caindo num ciclo constante durante toda nossa vida. Esses fios partem de uma estrutura chamada folículo pilo-sebáceo e dentro de cada folículo podemos ter de duas a quatro hastes capilares.

Os fios de cabelo têm um ciclo caracterizado por três fases: anágena, que de crescimento; catágena, de transição e telógena, de repouso.

A fase de crescimento, numa situação normal, dura cerca de quatro anos, enquanto a fase de transição leva semanas e a fase de repouso, de dois a quatro meses. Cerca de 85% dos cabelos localizados no couro cabeludo estão na fase anágena e 15% estão entre a fase catágena e telógena.

Quando entra na fase de transição e repouso, o fio cai e volta a nascer, prosseguindo novamente na fase de crescimento. Esse ciclo pode ser alterado por doenças como anemia, hipertireoidismo e hipotireoidismo, além de dietas restritivas, remédios e variações hormonais e estresse.

Os hormônios mais importantes relacionados ao cabelo são os masculinos que nós mulheres carregamos, como  a testosterona, deidroepiandrosterona, entre outros. Os hormônios da tireoide, quando baixos ou altos, também interferem na saúde do cabelo e no ciclo capilar.

O cortisol, que é um hormônio relacionado ao estresse, é outro que impacta na qualidade do fio e nas mudanças do ciclo capilar.

Os hormônios androgênicos, os masculinos, estão relacionados também aos casos de calvície. Essa queda de cabelo é a mais prevalente, atingindo cerca de 80% dos homens e 40% das mulheres. Nos homens, a calvície tem um padrão bem conhecido, comprometendo as entradas e o vértex, enquanto nas mulheres ela é difusa, atingindo mais o topo da cabeça.

A calvície, tanto em homens quanto em mulheres, não acontecerá se não forem produzidos esses hormônios androgênicos. Os níveis de hormônios masculinos não estão aumentados na calvície, porém quando a testosterona chega no folículo pilosebáceo, é transformada em dihidrotestosterona e entra no núcleo celular e provoca o afinamento e queda do fio.

Há estudos que demonstram que mulheres com ovário policístico, que deixa os hormônios androgênicos aumentados, podem desenvolver a alopecia androgenética. Outras doenças onde esses hormônios estão aumentados, podem desenvolver a alopecia androgenética. Outras doenças onde esses hormônios estão aumentados como alteração congênita tardia da glândula adrenal e tumores do ovário também podem causar essa forma de calvície.

Stress: outro inimigo

O stress intenso está relacionado com o aumento do hormônio cortisol. Os níveis altos desse hormônio estimulam indiretamente os masculinos e a inflamação. Quando o estresse é elevado, a alopecia androgenética pode piorar levando também ao excesso de oleosidade no couro cabeludo.

O cortisol, mantido em níveis altos por tempo prolongado, interfere na resistência e imunidade do indivíduo comprometido. Sendo assim, o organismo que tem uma gestão inteligente interrompe o ciclo capilar e ordena que fios em fase anágena passem para a fase telógena. Por esse motivo, 2 a 3 meses depois do início do estresse, haverá uma perda capilar significativa e assustadora. No entanto, é importante saber que os folículos capilares onde estão as raízes do fio de cabelo não estão caindo, mas somente a haste capilar, que depois voltará a crescer.

Durante a gravidez, devido ao aumento dos hormônios femininos, melhoram a qualidade e a densidade do cabelo, além de apresentar menos queda. Porém, cerca de 3 a 4 meses após o parto ele pode cair em grande quantidade. Isso acontece porque os hormônios femininos, que são protetores e benéficos, diminuem drasticamente no término da gestação.

Vemos, portanto, que em vários tipos de queda de cabelo a avaliação dos níveis hormonais no sangue será crucial para o diagnóstico e também a melhor escolha de tratamento.

FONTE CLAUDIA ONLINE