Procedimento pode danificar matriz ungueal e causar fragilidade
A estética das unhas diz muito sobre a personalidade da mulher. O tipo de corte, a cor do esmalte, a remoção (ou não) da cutícula são algumas das características que contam um pouco sobre o estilo de vida e individualidade de cada pessoa. Atualmente, a onda é alongar as unhas com versões em gel, acrílico,vidro, tudo para deixá-las perfeitas por mais tempo (cerca de 12 dias).
Dra. Daniela Leal da Sociedade Brasileira de Dermatologia explica que o procedimento em si não causa alterações diretas na unha, que é feita de matéria morta (lâminas de queratina). O cuidado deve ser adotado na base da unha, na matriz ungueal, onde parte do corpo é formada, a fim de evitar traumas que possam prejudicar o nascimento e crescimento das unhas.
“Para todos os métodos há a recomendação de polir (lixar) a lâmina da unha antes de se começar o processo. Isso leva a um afinamento gradativo que, inevitavelmente, ficam mais finas e quebradiças, piorando a fragilidade ungueal, que é o que muitas vezes faz com que a mulher busque este procedimento ao esmalte”, conta a médica.
Com tantos métodos disponíveis no mercado, a médica orienta a dar preferência aos que não usam luz UV para a fixação do produto – como ocorre na maioria das unhas de gel, “porque a radiação pode afetar as células formadoras da unha e também as da pele, podendo causar malefícios”.
Uma vez feito o alongamento, o cuidado é simples: manter as unhas secas e limpas e não tentar remover o produto em casa. “A remoção é um dos grandes problemas do uso frequente do alongamento. Alguns métodos demandam a imersão da unha em acetona por até 40 minutos. Este produto é altamente desidratante e pode causar dermatite em toda a pele que fica submersa”, alerta Dra. Daniela. Outros solventes, como os usados nas unhas de porcelana, também prejudicam a unha. “Tentar retirar em casa é pior porque as camadas mais superficiais da unha podem sair com o esmalte e ela pode quebrar ‘na carne’, causando dor, inflamação e infecção.”
Uma alternativa ao alongamento, segundo a dermatologista, é a blindagem, que não requer imersão em acetona ou uso de solventes agressivos. O procedimento dura até 15 dias e usa esmaltes convencionais com base e top coat específicos.
“O médico dermatologista deve ser procurado para avaliar a saúde da unha e, se necessário, prescrever complementos que fortaleçam de forma fisiológica, evitando a necessidade de métodos artificiais para trazer beleza às mãos”, conclui Dra. Daniela.