Semana Mundial do Aleitamento Materno deste ano tem como foco a conexão do aleitamento com as mudanças climáticas
Em todo o mundo, o mês de Agosto é conhecido como o mês dourado, por ser dedicado à conscientização e incentivo ao aleitamento materno.
Este ano, diversas iniciativas virtuais estão sendo programadas para estimular a amamentação, passando por palestras e encontros on-line para debater a prática e seus benefícios para a mãe, para o bebê e para o meio ambiente.
Sim, você leu certo: amamentar é um ato ecologicamente correto e, para este ano, o lema da campanha em todo o mundo é Apoie o Aleitamento Materno por um Planeta Saudável, em consonância ao tema 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
E por que o aleitamento está conectado às mudanças climáticas? Para termos essa visão, precisamos pensar em toda a cadeia que está envolvida no universo da alimentação infantil.
Da produção dos ingredientes que compõem as fórmulas infantis, passando pelas embalagens desses produtos e chegando até as mamadeiras, a pegada hídrica é imensa: cada item utilizado para que um bebê seja alimentado consome milhares de litros de água – um recurso natural escasso – e também danificam o meio ambiente se não forem descartados corretamente.
“Quando pensamos em amamentação, o que vem à cabeça é a mãe que não precisa de mais nada além dela mesma para alimentar seu filho. Nada é mais natural, simples e cômodo. Não uso de recursos naturais: basta dar o seio, acolher e oferecer a mama”, lembra Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra pela Unifesp e consultora em amamentação, da capital paulista.
O aleitamento materno, como conta Cinthia, dispensa etapas que consomem água e energia, como aquecer, lavar, esterilizar objetos. Não há recursos financeiros envolvidos. “Nada mais merecido do que termos um mês inteiro dedicado a espalhar o quanto a amamentação é benéfica para a saúde da mãe e do bebê e também do quanto é saudável para o meio ambiente. Essa conexão não é automática na cabeça das pessoas, mas ao trazermos dados embasados, elas vão conseguir compreender o quanto amamentar também é sustentável.”
E todas as mulheres são capazes de amamentar! Apesar de dificuldades iniciais, com aconselhamento correto e paciência, o ato se torna possível e prazeroso.